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Reformar Previdência pode criar geração de inaposentáveis, diz ex-ministro

Nelson Barbosa, economista ligado ao PT e último ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, afirma que a reforma da Previdência é necessária e será aprovada. Para ele, no entanto, o projeto do governo Jair Bolsonaro (PSL) contém pontos que representam um retrocesso e, se for aprovado sem modificações, pode gerar uma crise social, com a formação de uma geração de "inaposentáveis".

"São pessoas que não vão conseguir [se aposentar] porque trabalham no mercado informal, têm dificuldade de comprovar 20 anos de contribuição [regra proposta pelo governo]. Mesmo quando chegarem aos 65 anos [idade mínima para homens], não vão conseguir comprovar o tempo de contribuição", diz o ex-ministro em entrevista ao UOL (confira abaixo).

Na opinião de Barbosa, o governo também errará se propuser um regime de capitalização -- em que o trabalhador tem de juntar sozinho o dinheiro de sua aposentadoria. O economista afirma que, nos países em que foi adotado, este sistema produziu "benefícios muito abaixo do esperado, jogando muitos idosos na linha da pobreza".

Mesmo que estes e outros itens sejam retirados da proposta durante a tramitação, ele afirma que o Congresso tem a chance de realizar uma reforma com avanços que ninguém conseguiu fazer "nos últimos 25 anos". O ex-ministro participou de discussões no PT sobre a reforma e apoiou a decisão da bancada do partido na Câmara de apresentar emendas à proposta governista.

O economista ocupou cargos no Ministério da Fazenda durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Depois, na gestão Dilma, foi ministro do Planejamento de novembro de 2014 a dezembro de 2015, quando assumiu o comando da Fazenda - foram seis meses neste posto até o impeachment da petista. Atualmente, ele é professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) e na UnB (Universidade de Brasília).

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Fonte: UOL Notícias