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EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA JÁ

Educação previdenciária virou mantra. Nove entre 10 especialistas apregoam a necessidade de se investir mais nela, especialmente depois que os juros desabaram, deixando a impressão de que as entidades precisariam estar mais atentas à urgência de os participantes de fato compreenderem que o quadro mudou. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), com o apoio da Abrapp,  prepara o “8º Seminário de Educação Previdenciária”, a realizar-se nos dias 12 e 13 de junho, ao mesmo tempo em que estuda para este ano ou 2014, envolvendo vários escalões do governo, a “1ª Semana Nacional de Previdência Complementar”, um projeto de ainda muito maior envergadura e destinado a inserir muito mais fortemente o tema na agenda da sociedade brasileira. As consultorias privadas, Towers Watson e Mercer, entre outras, fazem a sua parte.

Evandro Oliveira (FOTO) responsável pela área de aposentadoria da Towers Watson, nota que ainda menos de 50% das entidades clientes de sua empresa desenvolvem programas de comunicação e educação previdenciária de forma estruturada e, desse universo, um número ainda menor tenta a aprovação da Previc para ser dispensada do envio do relatório anual aos participantes na forma impressa. “Mas a grande maioria faz algo, atua de alguma maneira para educar, não se omite”, diz ele, chamando a atenção também para o fato de que a queda abrupta dos juros ainda é algo recente,  não tendo havido ainda tempo suficiente para uma aceleração do trabalho educativo que de alguma forma vinha se desenvolvendo ao longo dos últimos anos. “E não é de uma hora para a outra que se muda toda uma cultura”, observa Renata Grecco, consultora em comunicação da Mercer.

 

Antes de tudo - A questão cultural pesa tanto, comenta Renata, que é preciso entender que antes de tudo é preciso convencer de fato as pessoas de que precisam poupar para o futuro. Por mais surpreendente, mesmo já participantes de planos ainda carecem de uma maior convicção a esse respeito.  Enfim, questões como percentual de contribuições, diferenças entre planos, contribuições extraordinárias ou perfil de investimentos, por mais que sejam importantes, não devem estar sozinhas entre as preocupações de quem formula os programas nas entidades. A ideia central que está por trás de qualquer fundo de pensão, o pensamento de que é necessário guardar para o amanhã, é que precisa ser martelada.

 

Ficou mais barato - Mas há o reverso da medalha. Se por um lado o momento atual cria desafios sem fim, por outro oferece as facilidades de uma tecnologia que permite fazer mais por menos. Carolina Wanderley, consultora de previdência da Mercer, assinala que boas ferramentas podem agora ser utilizadas por uma fração do custo anterior. Não é só Facebook e Twitter, normalmente lembrados quando se procura pensar em soluções mais em conta. “Vídeos podem ser muito eficazes, porque têm condições de atingir a todos os públicos, e seus custos cairam”, observa Carolina.

Renata explica: os vídeos são rápidos de produzir e assistir e pela facilidade do audio-visual atraem uma audiência maior. Um esforço que, no caso das entidades que ainda não têm condições de desenvolver um sempre desejável programa mais estruturado, deve ser completado por palestras, artigos em um hotsite na internet e publicações digitais via e- mail. E nunca esquecendo que comunicação é algo que se faz permanentemente e nunca somente em determinados momentos, caindo depois no vazio.

 

Perfis de investimento - “No ano passado mais de 20 de nossos clientes aproveitaram o momento da revisão dos perfis de investimento para ampliar o trabalho educativo que realizam”, disse Renata, apontando um dos caminhos possíveis.

Aliás, aos perfis de investimento, assinala Evandro, está reservado um espaço importante na estratégia de envolver mais o participante nas decisões que precisarão ser tomadas daqui para a frente compreendendo a formação de suas reservas. Ainda mais, prossegue o líder de área da Towers Watson, porque com a maior longevidade as pessoas passam a poder optar por uma gestão de ativos de maior risco em idades em que até não muito tempo atrás tal postura era desaconselhada.

E como para se obter hoje um ganho real tornou-se quase que indispensável arriscar mais, poder assumir tais riscos numa fase mais adiantada da vida mostra-se uma benção com a qual não se contava, salienta Evandro.

Os momentos de mudanças nos perfis de investimento ou de reavaliação atuarial, portanto, podem ser uma boa hora para falar-se de educação previdenciária, nas conversas das consultorias com as entidades ou nas comunicações destas com os participantes. “Mas a verdade é que esse deixou de ser um tema para uma hora ou outra. Deve ser o tempo todo”, arremata Evandro.

 

Fonte: ABRAPP