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Governo admite discutir proposta alternativa para Previdência, diz porta-voz

Deputados querem derrubar projeto do governo e apresentar texto próprio para mudar aposentadorias

O porta-voz da Presidência da República, Otavio do Rego Barros, afirmou nesta segunda (20) que o governo pode discutir com o Congresso proposta alternativa para a reforma da Previdência, apesar de considerar que o texto já enviado é “a melhor para o Brasil”.

Na semana passada, um grupo de deputados, incluindo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu apresentar um novo projeto de reforma da Previdência, abandonando o texto enviado em fevereiro pelo Executivo. “A proposta que o presidente identifica como a melhor proposta é aquela que ele levou ao Congresso Nacional", afirmou Rego Barros em entrevista após cerimônia na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro). "Não obstante, se coloca, sim, parceiro nesse processo de discussão e de avaliação para juntos, Congresso e Poder Executivo, darmos um andamento naquilo que vai tirar o Brasil de um precipício que muito rapidamente se aproxima", completou o porta-voz.

A proposta que o presidente identifica como a melhor proposta é aquela que ele levou ao Congresso Nacional. Não obstante, se coloca à disposição para conversar”, afirmou Rego Barros, em entrevista após cerimônia na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro). A fala de Barros, porém, contrasta com o que disse o secretário da Previdência, Rogério Marinho, nesta segunda-feira pela manhã. Marinho qualificou como um ruído de comunicação a informação de que o presidente da comissão especial sobre as mudanças na aposentadoria poderia apresentar uma proposta alternativa à encaminhada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) ao Congresso. “O que houve foi um ruído de comunicação. O próprio presidente Marcelo Ramos (PR-AM) deu uma segunda declaração nesse sentido, dizendo que as alterações poderão ocorrer em cima do projeto apresentado pelo governo, como sempre foi no Parlamento”, afirmou.

Na cerimônia na Firjan, Bolsonaro recebeu a Medalha do Mérito Industrial, concedida pela Firjan. O presidente da entidade, Eduardo Eugênio Gouvea Vieira, parabenizou o presidente da República pela edição da MP da Liberdade Econômica, que traz medidas para desburocratizar a atuação de empresas. “Tudo aquilo com o que sonhávamos se tornou realidade há poucos dias. Seu governo nos brindou com a MP 881, a chamada MP da Liberdade Econômica. É música para os ouvidos dos empreendedores”, disse Gouvêa Vieira.

Ele apresentou estudo que estima que a reforma da Previdência destravaria R$ 1,4 trilhão em investimentos no país. Desse total, R$ 665 bilhões seriam com recursos públicos e o restante, em recursos privados. “Eu gostaria de fazer um apelo aos parlamentares, os mandatados pelo povo brasileiro. Àqueles da base do governo, nós pediríamos, votem logo, sejam ágeis. Àqueles que não gostam do governo, gostem do povo e aprovem [a reforma]”, afirmou.

Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que, sem a reforma, o Brasil terá dificuldades para pagar salários dos servidores da ativa entre 2023 e 2024 e defendeu que o texto atual combate privilégios. Aos empresários, disse que um dos objetivos  do governo é “não atrapalhar” o ambiente de negócios. “O grande trabalho que podemos fazer, em um primeiro momento, é não atrapalharmos. O que já está de bom tamanho, tendo em vista o cipoal de regulamentações que vocês já têm que enfrentar.”

Fonte: Folha de São Paulo