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Funcionários públicos britânicos convocam greve hoje 4ª feira

Os funcionários públicos do Reino Unido convocaram uma greve para hoje 4ª feira em protesto contra a reforma da previdência, que poderá afetar o funcionamento de hospitais, aeroportos, colégios e tribunais do país, após um ano de negociações infrutíferas entre o Governo e os sindicatos.

Segundo essas associações de trabalhadores, cerca de 2,6 milhões de funcionários apoiarão a greve, que prevê o fechamento de dois terços das escolas nacionais, atrasos de até 12 horas no aeroporto londrino de Heathrow e milhares de cancelamentos de operações e consultas médicas no Serviço de Saúde britânica (NHS, sigla em inglês).

A convocação revela a oposição dos trabalhadores à reforma da previdência, que propõe elevar a idade de aposentadoria, além de aumentar as contribuições individuais e reduzir o valor desse benefício, que passará a ser calculado pela média do salário recebido durante os anos trabalhados, em vez de se basear na última remuneração.

Essas mudanças são consideradas 'injustas' pelos sindicatos frente à postura governamental, que alega que as modificações são necessárias para manter baixo o custo do contribuinte, já que a expectativa de vida aumenta cada vez mais.

Em uma tentativa de evitar essa greve, que recebeu o apoio de 30 sindicatos, o Governo apresentou, no início do mês, uma nova oferta 'melhorada', que previa que o adiamento da idade de aposentadoria para os 67 anos não afetasse os funcionários que vão se aposentar na próxima década, mantendo o valor de seu benefício.

Para Brendan Barber, secretário-geral da confederação sindical britânica Trade Union Congress (TUC) em entrevista ao jornal britânico 'The Observer', o Governo 'manipulou deliberadamente a generosidade de suas propostas'.

Já o Executivo continuou, no sábado à noite, acusando os líderes sindicais de 'irresponsáveis' por incitarem seus membros a convocarem a greve quando a nova oferta 'protegeria a aposentadoria dos trabalhadores com salários médios e baixos'.

Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal 'The Independent On Sunday', Ed Balls, o porta-voz de finanças do Partido Trabalhista, primeiro da oposição, expressou sua 'enorme solidariedade' aos funcionários públicos que apoiam a medida.

De acordo com Balls, é 'lamentável' que o Executivo de conservadores e liberais não tenha conseguido evitar a greve.

A paralisação do trabalho afetará principalmente o setor aéreo, e os passageiros que saírem ou chegarem ao aeroporto londrino de Heathrow nesse dia poderão enfrentar atrasos de até 12 horas.

As filas na área de imigração - cujos funcionários pretendem aderir à greve - poderão fazer com que muitos passageiros permaneçam nos aviões por não haver condições de abrigar tantas pessoas ao mesmo tempo nos terminais.

As empresas já expressaram preocupação pelas consequências que a medida possa causar a seus serviços.

A Virgin Atlantic oferecerá a seus passageiros com voo marcado para essa data a opção de modificar sua viagem e a British Airways (BA) permitirá que seus clientes alterem sua viagem para antes de 30 de novembro ou os primeiros dias de dezembro, sempre que a capacidade dos aviões permitirem a mudança. EFE

 

Fonte: Veja